O SOM ELETRÔNICO



Quando se fala em som eletrônico hoje em dia, talvez a maioria das pessoas pensem em pista de dança, ou em algo frio e sem emoção.
Na verdade o desenvolvimento dos instrumentos eletrônicos para serem utilizados em música é a evolução de uma das coisas mais sofisticadas que o homem já fez, desde seus primeiros tambores e instrumentos de sopro na origem da humanidade.
Quando nos anos 40, no século passado, ela ganhou status no mundo erudito e toda a vanguarda musical se focou nisso, uma grande revolução se anunciava.
O poder de influência da música eletrônica na cultura de massa foi crescendo cada vez mais e é muito fácil de entender o porque.
Sua evolução caminhou lado à lado com o desenvolvimento da tecnologia, grandes descobertas científicas e conquistas espaciais.
Quando ainda nos anos 50, o cientista e compositor K. Stockhausen afirmou que a M.E. estaria nas rádios do mundo todo, todo mundo achou que isso era uma piada impossível.
Porque nesse momento ela era muito primitiva e engatinhava.
Seu aspecto estético ainda era muito frio e soava alienígena. Era algo que foi ser entendido pelo grande público muitas décadas depois.
Mas o mais fabuloso dos instrumentos eletrônicos é que eles são capazes de gerar o som do zero.
Um som que é resultado da combinação de capacitores, valvulas, transistors, diodos e outros.
Não se baseia em acústica e seus fenômenos.
Isso gera para nós uma excitante viagem ao desconhecido e nos transporta para universos tão distantes quanto somos capazes de imaginar.
Nesse mix, tentei reunir momentos musicais que demonstrem o ambiente e a natureza do estaremos mostrando no nosso pequeno Festival Resistência Analógica.
As fotos mostram a ordem das capas dos LPs usados em sequência de aparição sonora.
Inclusive dos artistas do festival que possuem registro em LP.



Louis and Bebe Barron - Trilha para o Filme "Forbidden Planet" O Planeta Proibido.

Matsuo Ohno - I Saw the Outer Limits

Suzanne Ciani - Lixiviation Ciani/Musica Inc. 1969 - 1985

Anvil FX - Jolymod DIY (unreleased)

Kraftwerk - Concert Classics

Felix Kubin - TXRF

The John Baker Tapes - BBC Radiophonics, Electro Ads, Soundtracks, and Rare Home Recordings

Arthur Joly apresenta Punk Analógico

Conrad Schnitzler - Con

Riuichi Sakamoto - B-2 Unit

Cabaret Voltaire - The Voice of America

Nurse With Wound - Space Music

Jungle Bells - Jingle Balls (do you want a handkerchief - do you wants me) - Minimal Synth Ethics (Vários)

Suzanne Ciani - Voice of Packaged Souls

Dimithings - Ulterior Lux

Cecil Leuter - Pop Electronique 

Anvil FX - Anvil Machine

Beaver & Krause - In A Wild Sancturary

Karl Reger + Odo Warth - Allein Im All

ANVIL MACHINE: UMA DAS GRANDIOSAS MÁQUINAS QUE ESTARÃO EXPOSTAS NO SESC ARARAQUARA



Criado em 2012 por Arthur Joly para o Anvil FX, o ANVIL MACHINE possui:

- 5 osciladores
- 3 filtros
- 2 envelopes
- 3 VCA
- 1 LFO
- 1 Sample & Hold
- 1 Ring Modulator
- 1 wave freaker
- 1 sequencer
- 1 mixer

O show de verdade não pode parar !

Lembra das bandas tocando no Cassino do Chacrinha ou no Xow da Xuxa ? Lembram que o baterista usava apenas uma caixa e um prato Ride ?
As pessoas logo percebiam o que era um show de playback, gostavam, afinal fazia sentido para as ocasiões televisivas.
Em um show ao vivo a guitarra pode desafinar, a baqueta pode voar da mão do baterista e o microfone do vocalista pode, além de dar choque, causar microfonia. Mas isso faz um show de rock ser um show de rock, e não um Xou da Xuxa.
Passamos agora para o cenário da música eletrônica. Por que raios as pessoas saem de casa, tomam chuva, pegam fila, gastam dinheiro, enfim, sofrem para assistir a um playback ?
Eu, Arthur Joly, não sei como explicar ... até tentaria, mas a filosofia deixaria o papo chato e cheio de rusgas.
O mundo não se lembra, mas já houve um tempo em que música eletrônica era feita ao vivo, no palco.
Nós da Resistência Analógica não deixamos de venerar essa prática, e vamos fazer de tudo para que você não ouça playbacks nos nossos shows !
Veja nesse vídeo o que faz de Jean Michel Jarre um herói, se comparado a um "músico"que chega no seu palco apenas com um pen drive.

Mais um modular em solo brasileiro !

O difícil é trazer estas máquinas para o nosso país. Além de caros sofrem abusiva taxação de impostos e são poucos os músicos que sabem ou querem aprender a lidar com estas feras. Mas esse é mais um exemplo de alegria para a Resistência Analógica. O produtor Jarbas Agneli comprou no Japão esta maravilha, o Roland System 100M. Um sintetizador maravilhoso que foi fabricado de 1975 a 1979. Ao chegar no Brasil percebeu-se que o bicho não funcionava. Bastou uma fuçada e pronto !!! Mais um modular em solo brasileiro !!!!